terça-feira, 15 de novembro de 2016
STAR TREK 3: Sem Fronteiras (2016)
STAR TREK: Sem Fronteiras, mantém a qualidade das duas obras anteriores, sem muitas diferenças. Não é surpreendente, mas positivamente falando, é o mais leve e divertido da franquia, fugindo do quase constante clima de tensão presente nos anteriores, o que permite que os personagens se desenvolvam de forma mais natural e espontânea.
Se nas duas primeiras aventuras, J.J. Abrams optou por um enredo mais megalomaníaco, focado em salvar o mundo, STAR TREK: Se Fronteiras leva a ação de volta para o microuniverso da nave, privilegiando o caráter explorador dos protagonistas. E é aqui que o filme incorpora toda a nostalgia e o significado do universo original de Star Trek, ao pensar os personagens mais como pesquisadores que como militares. A missão de exploração da U.S.S Enterprise sempre buscou o conhecimento, não o combate. A ação é mera consequência, não um fim em si mesmo.
Conhecido por colocar a franquia Velozes e Furiosos de volta às pistas de sucesso, a escalação de Justin Lin na direção se mostra uma escolha acertada ao dar continuidade ao estilo visto nos filmes anteriores tão marcado pelos movimentos de câmeras frenéticos e pareados com a adrenalina nas cenas de ação.
O roteiro é bem razoável. Ele é bem objetivo em algumas partes, mas na maioria dos momentos fica enrolando quando não tem necessidade. O legal é que ela consegue explicar quase toda sua trama no filme, assim não deixando nenhum buraco que acabe atrapalhando o entendimento da história no final do filme. Os novos personagens não marcam nenhuma presença durante o filme todo, não sendo nada importantes para a trama.
Outro fator que faz esse filme funcionar é o elenco, no qual temos ótimos momentos entre Spock e McCoy (dignos da série clássica), Kirk e Chekov (Anton Yelchin esbanja carisma como o jovem oficial tático, o que torna a morte do ator ainda mais lastimável) e Scotty e Jaylah, interpretada por Sofia Boutella (personagem que claramente bebe da fonte de Rey de Star Wars: O Despertar da Força). Uhura está totalmente apagada em aqui, servindo apenas como o interesse amoroso de Spock, um desperdício de uma ótima personagem e do talento Zoe Saldaña (Diva das Estrelas). Sulu também é pouco aproveitado, resolveram sabe lá porque introduzir homossexualidade ao personagem (Só porque George Takei ator da série clássica é gay na vida real) retratada de forma que não acrescentou nada de novo à sua dinâmica. O vilão Krall feito pelo competente Idris Elba é o pior ponto do filme. Sem química, ele até tenta ser mal porem não consegue convencer ninguém. Ele é fraco e tem uma história bem confusa e só é esclarecida rapidamente nos últimos minutos do filme
Entre altos e baixos, Star Trek: Sem Fronteiras cumpre seu papel: entretém, diverte. Pode não ser tão bom quanto seus dois antecessores, mas está longe de ser uma cicatriz na face da franquia e deixa espaço para o já anunciado quarto filme. Ao que tudo indica, as aventuras da tripulação da Enterprise terão uma vida longa e próspera.
NOTA: 8
PRÓS: Química entre os personagens e homenagens marcantes
CONTRAS: Maquiagem pesada no Idris Elba (Desperdício de talento)
Cicero Durães
15/11/2016
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