terça-feira, 20 de dezembro de 2016
AQUELE ANJO NÃO MORRE
Contando todos aqueles dias
Luzes coloridas cobriam vestígios
Fim de todas as canções amigas
Doa-se a vontade repentina de paz.
Na comunhão dos sorrisos forçados
Clarão artificial que virou sombra
Sobreviva aos votos de fim de ano
E aos gestos de vida por enquanto.
Não preciso de votos melhores
Mensagens para me sentir bem
Que se dane a sua simpatia
Dias tardios podem ser fatais!!!
Cicero Durães
20/12/2014
MEU GRÃO MELHOR
De que lado vai ?
Quando quebram cristais
Meu caminho é diferente
Sapatos gastados
Outra vez, eu me rendo.
Peço um perdão melhor
Meu grão seca na estrada
Na lua feita de remendo
Finjo que não sei de nada.
Aponta o dedo na cicatriz
Qual é o meu lado melhor ?
Ninguém mau, ninguém bom
Que seja nossa maneira de côr.
Minha alma ainda reclama
Porque ela quer insistir ?
- Será que alguém te ama ?
E eu digo: - FORA DAQUI !!!
Cicero Durães
22/12/2009
TERRITÓRIO VERTENTE
Faço um discurso positivo
Daqueles ideias antigas
Como se fosse revertério
Marcando mensagem viral.
Parece ser a mesma conversa
Mas a voz tem outra entonação
Um timbre gasto pela tentativa
Certo de que nada foi a prova.
Sobram escombros de lágrimas
A serenidade do olhar perdido
Tudo foi certo até agora
Só faltou a palavra perpetuar.
Cicero Durães
11/10/2014
sábado, 10 de dezembro de 2016
Rubem Alves
Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
(Rubem Alves)
APENAS ME REFLITA
Eu não quero que você seja eu
Eu já tenho a mim
O que quero é que você chegue
Com seu poder de chegar
E de me devolver para mim.
Que você chegue com o seu dom
De também me fazer chegar
Perto de mim...
Pra me fazer ver o que sou e que só você viu.
Pra eu ser capaz de amar também
O que só você amou
Eu não quero que você seja igual a mim.
Eu já tenho a mim.
Não quero construir uma casa de espelhos
Que multiplique a minha imagem por
todos os cantos.
Quero apenas que você me reflita
Melhor do que eu julgo ser.
(Fábio de Melo)
PAIXÃO de CRISTO (2004)
Por volta do ano 30 D.C, um obscuro carpinteiro judeu chamado Jesus de Nazaré começou a pregar em público e a proclamar, na província romana da Palestina, a vinda de um "Reino de Deus".
O filme “A Paixão de Cristo”, de longe a melhor produção sobre Jesus Cristo no cinema.
Sua fidelidade ao que dizem os quatro Evangelhos, a ousadia de se recriar os diálogos nas línguas que eram faladas à época e o (hiper)realismo das cenas são de um valor ímpar na história da indústria cinematográfica.
O título do filme (PAIXÃO de CRISTO) pode confundir, visto que a palavra “paixão” em geral carrega uma carga positiva. Paixão, do latim passio, refere-se a “sofrimento”, “sofrer”. Só muitos séculos depois, “paixão” passou também a designar desejo, apreço e adoração.
Para o grande público que assistiu ao filme ficaram várias lições, entre as quais a mais valiosa, sem dúvida alguma, foi a de que para se atingir a redenção, temos que mostrar a outra face, carregar muitas cruzes, sofrer com violentas chibatadas e críticas para, afinal, subir aos céus.
Em uma das cenas (um dos muitos flashbacks curtos que relembram passagens importantes da vida de Cristo) mostra como Jesus livrou Maria Madalena do apedrejamento. Nos dois últimos casos, nenhuma palavra é pronunciada. Comunicar sem o uso de palavras é algo que comprova a habilidade de um diretor.
Acredito que o diretor, como cristão, quis mostrar o amor de Deus pela humanidade. Como fez isso? Relembrando-nos que ninguém sofreu como Cristo. E que Ele quis sofrer para nos redimir. Acredito que para quem não crê em Jesus, quem não crê que Ele nos redimiu, o filme é apenas um banho de sangue sem sentido. Para quem crê, porém, é um chamado à meditação. Faz com que nos consolemos com as nossas cruzes.
Deixo pra vocês um versículo que pode ser aplicado a tudo que aconteceu, até o final arrebatador que trás de certa forma um alívio por tudo que aconteceu nessa jornada do messias, o salvador do mundo.
Em Mateus 28:6-7 "Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele jazia. Vão depressa e digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão. Notem que eu já os avisei”.
NOTA: 10
PRÓS: Linguagem cênica
CONTRAS: Nada consta
Cicero Durães
10/12/2016
Manual Prático de Nárnia (Colin Duriez)
Independente se essa for sua primeira viagem ao maravilhoso mundo da fantasia de C. S. Lewis ou se já esteve por lá várias vezes, é imprescindível levar esse manual prático, que descreve a paisagem e os habitantes de Nárnia.
Você aprenderá mais sobre a mente criadora por trás desse país, como ele se relaciona com outros mundos imaginários e com a literatura juvenill; o interior da história dos episódios de Nárnia, e como essa terra se enquadram nos demais trabalhos de Lewis. Este livro o ajudará a compreender com profundidade a série dos episódios de "As Crônicas de Nárnia" e suas implicações para fins de enriquecimento de sua vida cristã.
O livro também conta com um resumo cronológico das obras de C.S. Lewis. Uma leitura muito recomendada para todos aqueles que quiserem saber mais sobre o mundo de Aslam.
Cicero Durães
10/12/2016
terça-feira, 15 de novembro de 2016
TUDO a ZERO
Juntei os meus quebrados
A exaustão me fraquejava
Separei os termos
Observei esqueletos
Juntei a minha prole
E desperdicei azeite.
O que faz sentido então ?
Tudo a zero outra vez
Misturei tudo que findava
E só colhi retalhos
Amarrei minha força
Foi pouco, muito pouco
Lixo de esperança.
Até a nova notícia...
Cicero Durães
15/04/2001
GERA GUERRA GERAL
Não importa o caminho
Luta pelo que ama
Com ou sem espinho.
Procura no que foi adeus
Renovar escombros perdidos
Tirando vida além dos seus.
Para continuar seguindo
Não respeita os limites
A vitória vem persistindo.
Não aceita o "NÃO
Não entende o "NUNCA"
Não define a razão.
Cicero Durães
24/04/2004
PROPAGANDA de CIGARRO
Não estou interessado em regras
Não interessado em em leis
Não estou lixando pras normas
Nem para o voto de reis.
Não dou atenção as provas
Não gosto mais da cidade
Não quero receber as sobras
Não preciso de oportunidades.
Não acredito mais na rebelião
Não quero mais tentar entender
Não acredito mais na revolução
Não quero mais falar de você.
Cicero Durães
06/01/1993
Nicholas Sparks
Às vezes o nosso futuro é definido
por aquilo que somos e não por aquilo que queremos.
(Nicholas Sparks)
PORQUE
Porque
Eu conheci o desespero
Eu valorizo a esperança
Porque
Eu provei frustração
Eu valorizo o cumprimento
Porque
Eu tenho estado sozinho
Eu valorizo o amor
(Leonard Nimoy)
STAR TREK 3: Sem Fronteiras (2016)
STAR TREK: Sem Fronteiras, mantém a qualidade das duas obras anteriores, sem muitas diferenças. Não é surpreendente, mas positivamente falando, é o mais leve e divertido da franquia, fugindo do quase constante clima de tensão presente nos anteriores, o que permite que os personagens se desenvolvam de forma mais natural e espontânea.
Se nas duas primeiras aventuras, J.J. Abrams optou por um enredo mais megalomaníaco, focado em salvar o mundo, STAR TREK: Se Fronteiras leva a ação de volta para o microuniverso da nave, privilegiando o caráter explorador dos protagonistas. E é aqui que o filme incorpora toda a nostalgia e o significado do universo original de Star Trek, ao pensar os personagens mais como pesquisadores que como militares. A missão de exploração da U.S.S Enterprise sempre buscou o conhecimento, não o combate. A ação é mera consequência, não um fim em si mesmo.
Conhecido por colocar a franquia Velozes e Furiosos de volta às pistas de sucesso, a escalação de Justin Lin na direção se mostra uma escolha acertada ao dar continuidade ao estilo visto nos filmes anteriores tão marcado pelos movimentos de câmeras frenéticos e pareados com a adrenalina nas cenas de ação.
O roteiro é bem razoável. Ele é bem objetivo em algumas partes, mas na maioria dos momentos fica enrolando quando não tem necessidade. O legal é que ela consegue explicar quase toda sua trama no filme, assim não deixando nenhum buraco que acabe atrapalhando o entendimento da história no final do filme. Os novos personagens não marcam nenhuma presença durante o filme todo, não sendo nada importantes para a trama.
Outro fator que faz esse filme funcionar é o elenco, no qual temos ótimos momentos entre Spock e McCoy (dignos da série clássica), Kirk e Chekov (Anton Yelchin esbanja carisma como o jovem oficial tático, o que torna a morte do ator ainda mais lastimável) e Scotty e Jaylah, interpretada por Sofia Boutella (personagem que claramente bebe da fonte de Rey de Star Wars: O Despertar da Força). Uhura está totalmente apagada em aqui, servindo apenas como o interesse amoroso de Spock, um desperdício de uma ótima personagem e do talento Zoe Saldaña (Diva das Estrelas). Sulu também é pouco aproveitado, resolveram sabe lá porque introduzir homossexualidade ao personagem (Só porque George Takei ator da série clássica é gay na vida real) retratada de forma que não acrescentou nada de novo à sua dinâmica. O vilão Krall feito pelo competente Idris Elba é o pior ponto do filme. Sem química, ele até tenta ser mal porem não consegue convencer ninguém. Ele é fraco e tem uma história bem confusa e só é esclarecida rapidamente nos últimos minutos do filme
Entre altos e baixos, Star Trek: Sem Fronteiras cumpre seu papel: entretém, diverte. Pode não ser tão bom quanto seus dois antecessores, mas está longe de ser uma cicatriz na face da franquia e deixa espaço para o já anunciado quarto filme. Ao que tudo indica, as aventuras da tripulação da Enterprise terão uma vida longa e próspera.
NOTA: 8
PRÓS: Química entre os personagens e homenagens marcantes
CONTRAS: Maquiagem pesada no Idris Elba (Desperdício de talento)
Cicero Durães
15/11/2016
1808 (Laurentino Gomes)
A ideia de um livro sobre um período histórico contado de forma menos didática me chamou a atenção e resolvi dar uma chance ao livro. Fico feliz de tê-lo feito pois é realmente um ótimo livro. Laurentino Gomes tem uma narrativa super agradável e envolvente e discorre sobre os acontecimentos com muita propriedade, fruto de dez anos de pesquisas e investigações jornalísticas sobre o assunto. Gosto muito de livros históricos justamente por isso. Você nota nas palavras e páginas, o suor e a batalha do autor para construir uma obra séria e fiel aos acontecimentos.
Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil.
Este livro do jornalista Laurentino Gomes já pode ser considerado um clássico popular da historiografia brasileira. Foi exatamente essa a intenção do autor, alcançar um público mais amplo, não necessariamente integrante do meio acadêmico, para que cada brasileiro possa ter a oportunidade de conhecer melhor um determinado período histórico de seu país.
Achei a narrativa fluida e de fácil compreensão, os capítulos são curtos o que evita aquele sentimento de monotonia durante a leitura, pois a descrição dos fatos não é exaustiva. Para mim, todo mundo deveria ler esse livro em algum momento da vida, pois nos ajuda a entender quem é o povo brasileiro e como surgiram muitas de nossas características.
Creio que ele poderia ter sido mais crítico e forçado menos a barra. Acho que em vários trechos do livro ele tenta elevar o Brasil e reduzir Portugal, seja pelo tamanho do território, seja por outros dados que não deveriam ser comparados... creio que houve um nacionalismo forçado e um certo desrespeito com Portugal em alguns momentos...
Também acho que ele errou ao criticar o filme da Carla Camurati e seguir pelo mesmo caminho. Achei que ele iria desfazer a imagem caricata de D. João VI e Carlota Joaquina, mas pelo contrário, ele consegue acrescentar detalhes pessoais ainda mais pitorescos.
É, sem dúvida, uma obra que apresenta o Brasil aos brasileiros e revela uma história mais parecida com a característica do povo que encontra nos tropeços do dia-a-dia, na pobreza, no fracasso, nas humilhações uma forma de dar a voltar por cima e recomeçar. Sempre.
Cicero Durães
15/08/2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
POR MAIS TEMPO
Por enquanto vou deixar
Minhas horas no chão
Vou catar os minutos amáveis
Ficou o tempo em questão.
Separei os meses de 31
Nem tudo é tanta pressa
Agora é atemporal pra nós
Só vivo o que me interessa.
Tinha esquecido de tudo
Dos amores de setembro
Das notícias de outubro
Coisas que ainda lembro.
Cicero Durães
26/06/2000
CHAVES de ARDÓSIA para CADEADOS de OURO
Te chamo agora pelo nome
Uma canção me lembra
Qualquer coisa de setembro
Um cadeado que desmembra.
Aprisiona essa coisa de amar
Vou apossar do que é meu
Não vou deixar fazer falta
Vou devolver o que é seu.
Eu sigo meia verdade
Você segue meia mentira
Chaves quebradas no aperto
Esse amor ninguém revira.
Cicero Durães
12/04/1993
SORRISO nas TREVAS
Pode me chamar amigo
Ainda construo pontes
Principiando minha forma
Sigo a palavra de antes.
Ajudo uma criança na rua
Ora atenção ou descaso
Observo a fome diária
Vejo então, caso a caso.
Na exaustão dos sonhos
Levei na minha mansidão
Para o seu dia melhor
Coisa boa de toda situação.
Cicero Durães
03/11/2011
*Poema dedicado ao amigo solidário Agnaldo Henrique Nogueira
William P. Young
Uma transformação sem esforço,
nem dor, sem sofrimento, sem uma sensação de perda, é apenas a ilusão
de verdadeira mudança.
(William P. Young)
DIAS de LUTA, DIAS de GLÓRIA
Canto minha vida com orgulho
Na minha vida nem tudo acontece
Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce
Hoje estou feliz porque eu sonhei com você
E amanhã posso chorar por não poder te ver mais.
O seu sorriso vale mais que um diamante
Se você vier comigo, aí nóis vamo adiante
Com a cabeça erguida e mantendo a fé em Deus
O seu dia mais feliz vai ser o mesmo que o meu.
A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas
Que eu já fiz pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto
O universo é uma canção
E eu vou que vou
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Oh, minha gata, morada dos meus sonhos
Todo dia, se eu pudesse, eu ia estar com você
Eu já te via muito antes nos meus sonhos
Eu procurei a vida inteira por alguém como você
Por isso eu canto minha vida com orgulho
Com melodia, alegria e barulho
Eu sou feliz e rodo pelo mundo
Sou correria, mas também sou vagabundo
Mas hoje dou valor de verdade
Pra minha saúde e pra minha liberdade
Que bom te encontrar nessa cidade
Esse brilho intenso me lembra você
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Histórias, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória
Hoje estou feliz
Acordei com o pé direito
E eu vou fazer de novo
E vou fazer muito bem feito
Sintonia
Telepatia
Comunicação pelo córtex
Boom
Bye, bye
(Chorão Abrão)
FLERTE FATAL
Tanta gente hoje descansa em paz
Um rock star agora é lenda
Esse flerte é um flerte fatal
Esse flerte é um flerte fatal
Que vai te consumir
Em busca de um prazer individual
Esse flerte é um flerte fatal
É sempre gente muito especial.
Muita gente já ultrapassou
A linha entre o prazer e a dependência
E a loucura que faz
O cara dar um tiro na cabeça
Quando chegam além
E os pés não tocam mais no chão
Esse flerte é um flerte fatal
Esse flerte é um flerte fatal.
Esse flerte é um flerte fatal
(Edgard Scandurra)
MALUCO BELEZA
Enquanto você se esforça pra ser
Um sujeito normal e fazer tudo igual
Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Um maluco total, na loucura real.
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
Vou ficar, ficar com certeza Maluco Beleza
Eu vou ficar, ficar com certeza Maluco Beleza.
E esse caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir, por não ter onde ir.
Controlando a minha maluquez
Misturada com a minha lucidez...
Vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza
Eu vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza.
(Raul Seixas)
sábado, 5 de novembro de 2016
DOUTOR ESTRANHO (2016)
DOUTOR ESTRANHO é o filme mais ESTRANHO que eu já vi!!!
Como um personagem de segundo escalão, Doutor Estranho chega com expectativas um pouco baixas, se comparadas a outros filmes de heróis. Abordando um novo caminho e dando uma dimensão maior do que é esse universo que a Marvel tem construído através dos anos, eles mostram que conseguem criar esse tipo de atmosfera em conjunto com o que eles já vem apresentando.
Dirigido por Scott Derrickson, conhecido por dirigir filmes de terror, ele consegue envolver o espectador até acerto ponto da trama. Quando somos apresentados ao plano astral, conseguimos comprar a ideia desse universo psicodélico que aos poucos é bem introduzido. Entretanto, a continuação desse aprendizado é acelerada e acaba simplificando tudo aquilo que deveria ser extenso e cheio de informações, deixando a construção deste plano menos explorado.
O elenco desse filme está muito bem constituído. Aqui temos o Benedict Cumberbatch é muito carismático e convence como o personagem principal; Chiwetel Ejiofor consegue dar profundidade à um personagem que em mãos menos habilidosas ficaria caricato; Benedict Wong cai como uma luva no papel de Wong (sim, ele é um Wong!) apesar de uma participação rasa; Mads Mikkelsen já provou que manda bem como vilão; e chegamos então a Tilda Swinton. Como a Anciã, Tilda Swinton rouba a cena sempre, mesmo com desaprovação por muitos por ser um personagem masculino nas hq's.
O tema já dá ideia de como o filme se faz valer de efeitos especiais. E o tema também dá a ideia de que eles são necessários e nunca gratuitos. Todo o visual do filme é criativo e inventivo. Ele serve para criar os universos e realidades paralelas.
Mais uma vez a Marvel acerta e o seu universo fica cada vez maior (e melhor). A Marvel segue a receita que vem mantendo seus filmes em alta e causando furor a cada novo semestre, em Doutor Estranho ela inova, mas não arrisca. Isso não é ruim, pois no final temos um produto com cara de novo, com base que já vimos e sabemos que dá certo e que tem tudo para agradar os fãs dos quadrinhos, e aqueles que só conhecem os filmes dos super heróis. Como entretenimento, é maravilhoso e merece ser visto mais de uma vez.
NOTA: 8
PRÓS: Efeitos especiais de encher os olhos
CONTRAS: Excesso de piadas
Cicero Durães
05/11/2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Carcereiros (Drauzio Varella)
CARCEREIROS é um daqueles livros que mudam sua forma de pensar. É contado em episódios vivenciados por amigos de Drauzio Varella, os quais constituem uma narrativa impossível de parar de ler. Possui momentos tensos e reflexivos, em quais a linguagem formal e cuidada do autor diverge com a linguagem comum (e muitas vezes palavrões) dos presos e dos carcereiros.
É um livro maravilhoso, proporciona uma visão mais ampla e aproximada da realidade do sistema carcerário brasileiro. Todos que querem expandir seus horizontes e melhorar seus argumentos sobre o assunto deveriam ler o livro.
O olhar do Dr. Drauzio nos aproxima dos seus personagens. Apesar de serem funcionários concursados e sem ficha criminal, sobre os carcereiros recai quase o mesmo estigma que carregam os prisioneiros: de serem pessoas más, violentas, e a margem da sociedade.
Outro mérito interessante do livro é trazer à tona uma discussão mais ampla sobre os problemas das prisões. Sem ter ele mesmo respostas para um problema tão amplo, Dr. Drauzio aponta a impossibilidade das prisões, pelo menos no seu formato atual. Ele fala do contraste da luta pelos direitos humanos em guerras e situações excepcionais, e o total descaso com o preso, que é torturado o tempo todo .
Uma cadeia obedece a leis e códigos de conduta próprios, e um tênue equilíbrio de forças mantém a ordem entre os dois lados das grades. De um lado, os presos, frequentemente apinhados em condições subumanas, esquecidos pelo poder público. De outro, os agentes responsáveis por vigiá-los.”
No decorrer da leitura algumas imagens formadas pelo leitor proporcionam uma breve sensação de nervosismo, medo, estigmatização, etc... e uma revelação interessante da origem do interesse de Drauzio pelo dia a dia de pessoas que persistem no crime e de pessoas nas quais são depositadas enormes responsabilidades, com o objetivo de diminuir a violência na sociedade a qual pertencemos.
O ponto positivo do livro é que, apesar de contar situações extremas, como quando a Polícia invadiu o Carandiru, há também histórias sobre os carcereiros, que, por vezes, são engraçadas, como a de Sombra, cuja esposa o mandou embora de casa sem ele ter realmente a traído. Nessa história, Varella surge como um prosador cômico, já que é possível gargalhar das mesmas enquanto se lê.
Como sempre, Drauzio consegue humanizar suas obras como poucos contadores de histórias. Além do aspecto literário, a obra vale a pena por mostrar um cotidiano que sempre foi invisível aos olhos da sociedade, mas palpável àqueles que vivem a rotina. Além disso, nos faz rever alguns conceitos sobre a humanização dos presidiários; nos mostra as mazelas do governo no sistema carcerário e a falta de apoio civil e estatal para essa tarefa tão banalizada que é ser carcereiro.
Cicero Durães
31/10/2016
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
RENOVÁVEL
Ré e Remar
Ressurgir, Ressurreição
Recomeçar, Repetir, Recriar
Refazer, Renascer, Reaver, Reater
Renovador, Regador, Repetido,
Rebelião, Revolução, Redenção
Redescobrir, Reinteirar,
Reinventar, Relutar, Renovação
Regra, Realçar,
Renovável
Cicero Durães
08/02/2007
08/02/2007
NA ESQUINA de CASA
Tem gente que não te conhece
Mas eu preciso de você
Te busco num só pensamento
Que me faz te esquecer.
Nos encontramos naquela esquina
E ainda somos aqueles sonhos
Entendiados com o lamaçal
Esquecemos tudo o que somos.
A gente se encontra por aí
Mesmo que eu não entenda o fim
Desanda nessas esquinas da vida
Coisas melhores ainda vão vim.
Cicero Durães
03/04/2007
FINCANDO a VELA
Hoje navega
Sem tempo integral
Olha os mais hediondos
Sorridente tempestivo.
Fixa o horizonte
Fitando o que é belo
Adjacente mergulho sombrio
Asas atrofiadas por temer.
Veja os sóis
Venha a nós
Não tenha dó ou piedade
Homem só e ferido.
Quem nunca perdeu uma batalha
Não sabe dar valor na vitória
Vive perdido numa metade
Alimenta do passado restante.
Ainda assim indagações do oceano
Sempre me mostram a necessidade
De pessoas que precisam urgentemente
Navegar o mais rápido possível.
Cicero Durães
20/11/2003
REFRÃO de BOLERO
Eu que falei: "nem pensar..."
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão.
Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como refrão de bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser.
Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira,
Ele consegue nos achar.
Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzero,
E uma cara embriagada no espelho do banheiro.
Ana
Teus lábios são labirintos, Ana
Que atraem os meus instintos mais sacanas
Teu olhar sempre distante sempre me engana
Eu entro sempre na tua dança de cigana
Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus amigos mais sacanas
Teu olhar sempre distante sempre me engana
É o fim do mundo todo dia da semana.
(Humberto Gessinger)
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