quarta-feira, 26 de outubro de 2016

REFRÃO de BOLERO


Eu que falei: "nem pensar..."
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão.

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como refrão de bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser.

Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira,
Ele consegue nos achar.

Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzero,
E uma cara embriagada no espelho do banheiro.

Ana
Teus lábios são labirintos, Ana
Que atraem os meus instintos mais sacanas
Teu olhar sempre distante sempre me engana
Eu entro sempre na tua dança de cigana

Teus lábios são labirintos

Que atraem os meus amigos mais sacanas
Teu olhar sempre distante sempre me engana
É o fim do mundo todo dia da semana.


(Humberto Gessinger)

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