sábado, 20 de agosto de 2016

1984 (George Orwell)


Num mundo caótico, onde ninguém tem privacidade e onde há uma tecnologia de vigilância em todos os lugares. Este dispositivo registra instantaneamente tudo que acontece com cada pessoa, suas falas, suas atitudes, suas vontades e, dessa forma, todos vivem à mercê de um regime autoritário e controlado.

A obra de George Orwell lançada em 1948 é considerada uma das mais importantes do século XX e levanta questionamentos políticos e sociais que até hoje, condizem com a nossa realidade. O livro desde a primeira á última página é uma crítica constante à sociedade e não daquela época, mas esse livro é atemporal. A impressão do leitor é que está falando para si e o mundo que está vivendo, seja em qual parte do mundo for. Aqui no Brasil com nossa polítca corrupta também dá pra fazer uma análise, e encontrar muitos exemplos descritos no livro.

Neste mundo toda sociedade é controlada pelo “partido” e liderada pelo GRANDE IRMÃO, um ser onipresente que foi criado para que a população aceitasse com maior facilidade todas as regras do sistema. Sua figura, estampada em diversos cartazes pela cidade, é representada por um homem de grandes bigodes, tem características de um ditador como Stalin, que parece também com Hitler e sua adoração, com um olhar profundo capaz de segui-lo para onde quer que você vá. 


O protagonista da trama é Winston Smith um funcionário do departamento de documentação do ministério da verdade, cuja função é adulterar os fatos do passado moldando-o para condizer com os interesses políticos do atual momento. Para compreender a profundidade de seu drama primeiro faz-se necessário entender as características da sociedade criada por Orwell.

O livro nos faz pensar numa analogia nos tempos atuais. E se tudo isso acontecer de verdade? E se dados são falsificados para justificar uma verdade que, na verdade, é uma mentira? Claro que não vivemos em uma situação assim (ao menos não que eu saiba), mas nos deixa com uma interessante pulga-atrás-da-orelha. A obra tem uma leitura fácil e dinâmica, e você vai perder horas descobrindo sobre esse mundo de manipulação e distopia; e talvez até um pouco perturbado.

Uma das poucas partes que a leitura se torna pesada é quando o protagonista lê certo livro que analisa o cenário do governo da Oceania. A Terra agora é divida em três grandes-continentes: a Oceania, a Eurásia e a Lestásia. Mas, voltando a parte em que a leitura fica pesada, a narrativa descreve o livro que Winston lê, porém ele traz filosofias de como tudo ali funciona, o que também é bastante interessante. Assim como outros livros, como Jogos Vorazes ou Ensaio Sobre a Cegueira, ele causa aquele incômodo por se tratar de um ambiente completamente diferente do nosso.

Uma observação inútil: O programa LIXO Big Brother desenvolvido pelo holandês John de Mol, que é uma casa cheia de câmeras pra todos os lados com pessoas sendo vigiadas, tem esse nome por causa desse livro! É uma referência ao personagem do Grande Irmão de 1984. 


Existe também um filme feito em 1984 (Olha só a data) que pode ser visto no YouTube de forma gratuita. Neste filme temos John Hurt que também fez o filme V de VINGANÇA. (Coincidência demais, não?) V de VINGANÇA de Alan Moore foi totalmente influênciado por este livro aqui. História em quadrinhos que depois foi adaptada ao cinema. Figuras autoritarias, regime totalitário e falta de esperança e descrença no futuro é bem observado aqui. 

1984 é intenso e cruel. Há torturas angustiantes. Senti calafrios por toda a leitura. Devemos avisar que os leitores precisam preparar seus corações e seus estômagos, claro, pois as cenas são fortes. 
Esta é uma leitura forte e um clássico que deveria ser lido por todos nós pois acrescenta e muito, não é apenas uma leitura "divertida" ela nos faz desenvolver questionamentos sobre o que vivemos atualmente.

O Grande Irmão zela por ti, O Grande Irmão é o líder. O correto. O maravilhoso. Ele é praticamente Deus. E ai se você dizer o contrário. É ele quem toma as decisões e ele está sempre correto.
Frase marcante desse livro:


" Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Se isso for admitido, tudo o mais é decorrência."

(George Orwell)



NOTA: 9




CICERO[N.C.S]

20/08/2016

0 comentários: