quinta-feira, 1 de setembro de 2016
O ESCAFANDRO e a BORBOLETA (2008)
O filme de drama biografico que conta a história real de Jean-Dominique tambem conhecido como Jean-Do como editor da revista de moda ELLE. que ao sofrer um Derrame cerebral fica com graves sequelas que fazem com que seu olho esquerdo seja a única parte do corpo que ainda funciona.
O Filme é quase todo em primeira pessoa, o que pode causar agonia em muitos (como se estivese dentro de uma prisão com a boca costurada. A produção conta também com alguns flashbacks do personagem além de muitas viagens loucas.
O ESCAFANDRO e a BORBOLETA é um desafio o espectador. Durante seus primeiros 40 minutos, não vemos o rosto do protagonista. Num clássico filme de doença, passado quase que inteiramente dentro de um hospital, assumindo não apenas o ponto de vista de quem conta a história, como transformando sua visão turva e limitada num carrossel de experimentos visuais e sensoriais em que os atores encaram a câmera o tempo todo. Um trabalho impressionante que precisa ser visto para dar conta de sua totalidade.
O filme faz com que a pessoa sinta uma agonia caustrofóbica, de imobilidade e impotência que o próprio personagem se encontra. O fluxo da narrativa se altera com o desenvolvimento do filme, proporcionando-nos impressões diversas, seja quando estamos juntos aos seus devaneios, flashbacks, de muitas viagens loucas na sua imaginação, dos quais ele a partir de sua memória revive e vive sua vida de maneira móvel, contemplativa e emocional. Ou quando temos acesso à percepção das pessoas ao seu redor, de uma vida pesada, totalmente imóvel e principalmente triste.
Através desse olhar interpretativo da autonomia e da dignidade apresentado, é como se, ao final, Bauby nos ensinasse: “Existem, sim, sonhos possíveis, borboletas, desejo, esperança, vida, enfim, pulsando e consciente, abrindo o escafandro.” Enfim, em tempos conturbados e filmes em primeira pessoa com cinegrafistas malucos fugindo de monstros, esse é um bom filme para se treinar a empatia!
NOTA: 9
PRÓS: Cãmera inventiva
CONTRAS: Perspectiva quebrada no segundo ato.
CICERO[N.C.S]
1/09/2016
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