segunda-feira, 20 de julho de 2015

À ESPERA DE UM MILAGRE - 1999


À espera de um milagre (1999) é um filme sobre prisão, em sua essência. Mas não se resume a isso. Nele, somos apresentados a um senhor muito idoso. Ele não parece se encaixar com o lugar em que está (um asilo) e recebe um pouco de compreensão e companheirismo por parte de apenas uma senhora, também moradora do asilo. A vida do senhor parece estar cercada por mistério e tristeza e, um dia, o velho homem resolve contar sua história para a mulher. E este é o começo de uma história linda, aterradora e cheia de suspense.


O desenrolar do filme supera todas as expectativas que um filme de Stephen King pode gerar. Eu jamais imaginei que alguém pudesse oscilar tanto entre gêneros tão distintos quanto o drama e o horror. King prova que é um mito entre os escritores modernos por motivos óbvios.

Preparem-se para um bombardeio de emoções, quase todas provocadas pela simplicidade e pela infantilidade de Coffey, brilhantemente interpretado por Michael Clarke Duncan. Devo destacar também a importância do apoio de Tom Hanks a todo o elenco, uma vez que ele era o líder natural de todos, não só no filme, como no cast de filmagem. A experiência de Tom e a vontade em ser John Coffey de Michael são pontos inesquecíveis das interpretações neste clássico.

Penso que esse filme é como um manifesto pela busca da inocência e da bondade que às vezes parece extinta nesse mundo. Às vezes mostrando que ainda existe algo bom dentro de quem fez barbaridades e às vezes questionando o excesso de maldade  de certas pessoas e valores errados de outras. 


Basicamente, a história é sobre a relação entre um homem negro e um branco, tal qual o filme anterior. Antes, o negro era um observador. Ele foi a testemunha da obstinação de um homem que não se entregou ao sistema. Aqui, o negro lembra Jesus Cristo. Um homem com um poder incrível que é incompreendido pela sociedade. E pelo lugar que está, condenado a ter o mesmo final.



"Geralmente eles chamam o corredor da morte de "a última milha", mas nós chamávamos de "a milha verde", porque o chão era pintado dessa cor."
- Paul Edgecomb


NOTA: 10


CICERO[N.C.S]

20/07/2015

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