sexta-feira, 1 de abril de 2016

DEADPOOL (2016)


Um Superherói fora dos padrões ! ! !

Esqueça aquela personificação sem sal e quase amadora vista na participação do terrível X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009): o filme ganhou corpo e tem personalidade, tudo isso graças ao esforço de Ryan Reynolds, que além de ter feito o papel de DEADPOOL naquela ocasião, trabalhou duro para que o personagem ganhasse um filme próprio e com a abordagem que merece (censura 18 anos). Com total liberdade para improvisação, o diretor é o estreante Tim Miller, provavelmente apenas um funcionário seguindo regras, até mesmo personagens anteriores de Reynolds são ridicularizados pelos diálogos bem escritos e precisos; “desde que eu não use uniforme verde” é dito em certo momento, uma clara referência à tragédia que foi Lanterna Verde (Lanterna Verde, 2011). Acredite, será feito piada com absolutamente tudo e todas elas funcionam muitíssimo bem dentro do contexto em que são proferidas.

Quebrando constantemente a quarta parede (Falar com o público), portanto, o personagem nunca deixa de ridicularizar o próprio público das HQs que estão sempre esperando a cartilha dos estúdios Marvel, algo que já virou uma fórmula desgastada e inofensiva. Desse modo, Deadpool é realmente um sopro de criatividade por desdenhar dos clichês, indicando-os durante seu próprio filme de origem.

O filme é tão interessante, que ele não se importa em citar ou apresentar personagens e objetos pertencentes a 
outras franquias, fazer piadas com o próprio ator, diretor, roteirista, de forma que jamais veríamos a Marvel fazer. 
Finalmente o assunto “machismo” foi tratado em algum filme de herói. Mesmo que tenha sido de forma breve, foi uma menção necessária.

O longa não tenta adotar um tom sério e realista, nem busca se conter em termos de linguagem e violência. É um filme que manda muita coisa para o espaço a fim de tentar fazer jus ao seu protagonista insano, psicótico, depravado e surpreendentemente hilário, num projeto que talvez pudesse dar muito errado. Mas os realizadores mostram compreender o material que têm em mãos, conseguindo resultados mais do que satisfatórios com o que colocam na tela.

À primeira vista, é uma história de origem como qualquer outra, não trazendo nada de particularmente novo, mas o grande diferencial aqui é o modo como ela é contada. Deadpool é um personagem que não está no mesmo ritmo de seus colegas de cena, tendo plena noção de fazer parte de uma obra cinematográfica e de um vasto subgênero. Sendo assim, ao mesmo tempo em que desenvolve um filme de super-herói (ou melhor, super-anti-herói), o roteiro usa sabiamente a perspectiva do protagonista para explorar seu lado metalinguístico e brincar não só com sua própria narrativa, mas também com outras produções do tipo e suas fórmulas, seguindo um pouco a linha que Pânico desenvolveu com os slasher movies. Dessa forma, Deadpool consegue surpreender e divertir do início ao fim com boas sacadas (como as descrições nos créditos iniciais) e piadas bastante inspiradas (a menção ao Professor Xavier é uma das melhores), fazendo isso sem subestimar a inteligência do público.


PRÓS: Humor sem limites
CONTRA: Faixa etária 16 anos


NOTA: 9



CICERO[N.C.S]
1º/04/2016

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