segunda-feira, 25 de maio de 2015

O Iluminado (Stephen King)


Vi o filme baseado neste livro e sinceramente achei a abordagem da história no filme melhor. Nunca entendi porque Stephen King não aprovou na época esta adaptação da sua obra. Aconselho a lerem o livro primeiro como eu fiz, e depois verem o filme. 


A trama de King reúne poucos personagens: Jack Torrance (que aceitou trabalhar no sombrio hotel Overlock, isolado do resto do mundo), o filho especial Danny( o tal iluminado do título), a mãe de Danny (sempre disposta em dar carinho ao filho) e o cozinheiro Halloran. Há outros personagens secundários, mas que servem apenas de cenário para que esses quatro vivam as terríveis experiências descritas no livro. King utiliza-se ainda de uma de suas técnicas mais milenares: “jogue todos os personagens num canto isolado do mundo e cerque-os de monstros”. O que, se bem feito, dá muito certo.


Antes de qualquer coisa, destaco as relações magistralmente montadas por King para o trio familiar. O pai ama muito o filho e a mulher, mas tem problemas com álcool e vez ou outra despeja suas mágoas da vida sobre a família. O amor entre pai e filho é visível em todo o livro, desde o início morno até o clímax alucinante. Entre eles, a mãe, que ama igualmente o filho, mas não recebe tanta atenção assim por parte do pequeno.


Tenho a seguinte opinião: para se gostar de um livro, é bom saber o que está lendo. Não se lê uma comédia querendo algo reflexivo ou se lê uma auto-ajuda procurando sacanagem. Tendo-se isso em mente, O Iluminado pode ser descrito como um livro que não é para qualquer um, mas sim para aqueles que buscam o terror psicológico no estilo marcante de King, que tem há tempos uma base fiel de fãs.


Em certas partes a leitura pode ser cansativa ou até chata para alguns, com descrições ás vezes bem extensas dos locais narrados. Foi um marco da época, mas sem dúvida não faria tanto sucesso nos dias de hoje, que pedem uma narrativa cada vez mais rápida. Concordemos que há coisas que se desgastam com o tempo e que nada é totalmente atemporal.


Desse livro vou me recordar para sempre da personalidade de Jack Torrance, personagem pelo qual o leitor irá inevitavelmente torcer a favor até o fim, mesmo sabendo que o livro pede um final não muito feliz; lembrarei também dos jogos psicológicos na cabeça dos personagens, da assustadora pressão do hotel assombrado e de outros momentos que marcam. 


CICERO[N.C.S]
25/05/2015

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