sábado, 27 de junho de 2015

LIvro de Sonetos (Vinicius de Moraes)


Meu preferido deste livro é o soneto da fidelidade, que é um dos mais famosos do poeta. Parte inesquecível é esta: 


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Foi o próprio Vinicius de Moraes quem organizou a primeira edição deste Livro de sonetos, que veio à luz em 1957. Com o volume, o poeta fazia um balanço de sua obra e ratificava, em 35 poemas, sua dedicação a uma das formas mais populares de poesia: o soneto. 

Dez anos depois, veio a segunda edição do livro, e Vinicius acrescentou a ele nada menos que 25 poemas, vários deles inéditos. A edição que o leitor tem agora em mãos soma àquele conjunto dezesseis sonetos esparsos.O que se pode inferir ao longo desses anos é que os sonetos escritos por Vinicius de Moraes acabaram por formar um acervo em tudo singular no quadro da moderna poesia brasileira. 

Eles chamam a nossa atenção pela carga emotiva que encerram, mas impressionam igualmente pela austeridade formal. Desse modo, a extraordinária beleza dos versos parece nascer, em grande parte, dessa aliança, em que a densidade reflexiva e o virtuosismo sintático se afirmam como expedientes de controle da efusão sentimental.

Nesse sentido, é surpreendente que a popularidade de alguns sonetos de Vinicius não os desgasta; ao contrário, é como se a notoriedade testemunhasse e, simultaneamente, acentuasse a vibração que salta deles.


CICERO[N.C.S]

27/06/2015

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