sábado, 1 de agosto de 2015

Clube da Luta (Chuck Palahniuk)


A regra número 1 é que você não fala sobre o CLUBE da LUTA. A número 2 também. Definido como "UM SOCO NA MENTE" Clube da Luta (o livro) é um daqueles que você para e pensa: por que eu não li antes? O filme faz muito jus ao livro, só que o livro – como era de se esperar – é muito mais extenso e cheio de detalhes. Em meio a receitas de napalm e formas de se estourar uma fechadura sem que a polícia descubra, o livro leva a autodestruição aos limites, a anarquia ao ápice. Ele questiona todo e qualquer aspecto das nossas vidas, do que somos e do que fazemos.


Considerado um clássico moderno desde sua publicação em 1996, o livro Clube da Luta consagrou Chuck Palahniuk como um dos mais importantes e criativos autores contemporâneos, além do próprio livro como um cânone da cultura pop. O livro que estava esgotado há anos volta às livrarias nessa caprichada edição. O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acha que encontrou uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e das regras sem sentido. Mas o que está por vir de sua mente pode piorar muito daqui para frente. 

A vida do funcionário ganha um novo rumo quando ele conhece Tyler Durden, um jovem que representa um ideal de tudo aquilo que o frustrado investigador de seguros gostaria de ser. Tyler é um sucesso: jovem, interessante, bonito, charmoso, perspicaz, atraente, inteligente e tem uma vida desregrada, o que chama a atenção do pacato executivo. Este acaba mudando para a casa do novo amigo ao perder seu apartamento, destruído por uma explosão. O que ele não esperava é que, durante uma bebedeira, Tyler sugerisse uma luta entre ambos. Ele acaba aceitando o desafio de Tyler Durden, dando início ao que futuramente se tornaria o clube da luta. O clube se torna um canalizador das frustrações diárias e de todos os problemas dos frequentadores, que usam a luta e a violência para motivá-los a encarar o dia a dia. 

Tudo acontece de forma muito rápida, o que se dá através dos cortes secos na história que fazem com que as cenas “saltem” sem uma ligação direta. Este recurso cai como uma luva e dá dinâmica aos acontecimentos. O texto de Chuck Palahniuk é envolvente e a leitura flui com extrema facilidade.

Na medida em que Tyler se envolve com o amigo, o livro vai se tornando cada vez mais niilista, tomado por uma completa desesperança. Temos a sensação de levar um soco no estômago com a franqueza e o realismo da leitura da atual sociedade, feita por Palahniuk. 

Através do personagem Tyler, o autor direciona seus ataques ao consumismo, individualismo, aos padrões comportamentais e à falta de objetivos da maioria das pessoas, que tem como expectativa de vida a aquisição de bens materiais. . Mesmo em meio à incômoda violência da história, o autor consegue nos manter presos à vida de Tyler e do executivo, fundadores do clube da luta que se tornam cada vez mais parecidos ao longo da trama.

A personagem Marla (que o executivo conheceu no grupo de ajuda) tem um grande destaque no livro, e chama a atenção com seu comportamento irreverente. Marla é melancólica e depressiva, mas ainda assim consegue transmitir um mínimo de leveza à história com seu ar despretensioso.


CICERO[N.C.S]

1º/08/2015

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