sexta-feira, 25 de setembro de 2015

KILL BILL (volume 1) - 2004



O SOM VIBRANTE DA VINGANÇA

A história de ''Kill Bill'' é bastante simples: uma mulher conhecida como ''A Noiva'' sofreu um ataque assassino no dia do seu casamento. Fato 1: ela estava grávida. Fato 2: o autor do atentado era o seu próprio noivo, Bill. Fato 3; ela, surpreendentemente, sobreviveu e agora quer vingança.

Inicialmente um filme só, Kill Bill teve de ser dividido em duas partes (volumes), decisão que irritou alguns por parecer puramente comercial, mas que, ao meu ver, foi bastante certa, pois impediu que o filme tivesse uma metragem de mais de três horas (o que o tornaria extremamente cansativo).


Bem, tendo isto posto, é possível afirmar com firmeza: ''Kill Bill'' é um projeto tão doentio e assustadoramente original que só poderia ter sido concebido por um cara como Tarantino, um nerd que passou sua adolescência dentro de uma videolocadora e fez sua fama - além de ter revolucionado o cinema independente norte-americano - jogando no liquidificador todas as referências possíveis acumuladas através dessas experiências.


Num determinado ponto de Kill Bill, Vol. 1, no meio da chacina que a personagem A Noiva desencadeia para aplacar sua sede de vingança contra a chefe yakuza O-Ren Ishii, o filme instantânea e a arbitrariamente perde a cor (o pretexto é uma cena em que a personagem arranca os olhos de um dos capangas de O-Ren), continuando em preto e branco até que um piscar de olhos da progatonista seja o suficiente para que o filme volte às suas cores originais. Essa cena-dentro-da-cena tem antes de tudo uma função de equilíbrio visual, e, numa menor medida, narrativo: remete para o começo do filme, quando vemos, também em preto e branco, A Noiva sendo torturada por Bill, num plano aproximado do rosto da personagem feminina.

Ao assistir, não perca tempo em analisar coisas inúteis como a profundidade do roteiro, coerência lógica etc.) é centrada na personagem interpretada por Uma Thurman, uma noiva grávida que escapa milagrosamente de uma chacina promovida no dia de seu casamento. Daí em diante, o que se vê na tela são cabeças sendo decepadas a golpes de espadas e sangue, litros de sangue espirrando para todos os lados. Mas Kill Bill não é um filme violento. As situações são tão exageradas por causa de seu tom cartunesco.

A trilha sonora, outra grande característica do diretor, é bem inspirada também. Costumo dizer que se Stanley Kubrick conseguiu casar música clássica com odisseias espaciais, Tarantino com toda seu conhecimento de cultura pop conseguiu casar músicas dançantes e deliciosas em um filmaço de ação e muita aventura, desenhando assim todo o clima que precisava para deixar sua assinatura: isto aqui é um filme de Quentin Tarantino.


NOTA: 8

CICERO[N.C.S]
25/09/2015

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