A VINGANÇA SERVE-SE FRIA
Kill Bill é uma boa história que parte de um pressuposto simples - a sede de vingança de uma mulher -, desenvolvido de tal forma que renda dois volumes sem ser cansativo ou repetitivo, muito pelo contrário.
Quem reclamou da superficialidade dos personagens na 1ª parte, finalmente vai calar a boca ao ver a profundidade que eles ganham nessa conclusão. Sente-se o carinho que Tarantino tem pelos seus personagens, mesmo fazendo eles comerem o pão que o diabo amassou. Uma Thurman, a noiva, é cuspida, humilhada e até enterrada viva, numa das sequências mais memoráveis do filme.
O primeiro volume de “Kill Bill” termina com uma surpresa eletrizante. Depois de quase duas horas de ação frenética, incluindo uma longa luta de artes marciais de uma mulher contra 88 homens, Quentin Tarantino oferece mais uma demonstração do extraordinário poder que a palavra possui, em seus filmes, e faz determinado personagem pronunciar uma frase – uma única frase! – que faz o espectador quase pular da cadeira e amaldiçoar o estúdio Miramax por ter dividido o épico original em duas obras distintas.
Tarantino não perde tempo para fazer o espectador entrar na trama. A película abre exatamente da mesma maneira que a primeira parte, com um rápido flashback que mostra Bill (David Carradine) acertando um tiro na cabeça da Noiva (Uma Thurman). “Você pode pensar que estou sendo sádico, baby. Mas não. Esse é o meu momento mais masoquista”, murmura o assassino, antes de disparar o tiro responsável por deixar a garota em coma por quatro anos. Essa frase é crucial para o desenvolvimento do enredo “Kill Bill: Volume 2”.
Kill Bill, vol. 2", é o ápice de todas as questões deixadas no filme anterior. Tudo o que há em perfeição no primeiro, retorna ao segundo de forma mais branda. A trama que é tão ágil e envolvente, torna-se rica nos diálogos.Todas as perguntas são respondidas de forma satisfatória. A inserção do treinamento da "Noiva" com o mestre chinês Pai Mei á algo muito interessante para entender muita coisa do primeiro filme.
Diálogos memoráveis, (A conversa filosófica sobre o superman, é uma das melhores que eu já vi), personagens frios e calculistas e visual de tirar o fôlego, o que torna Kill Bill um dos filmes mais queridos de seu diretor.
Rolam-se boatos de uma provável continuação, o que tornaria Kill Bill, no mínimo, uma trilogia. Não que seja necessário, afinal a história parece que já foi devidamente contada. Mas nunca se sabe o que pode sair da mente brilhante de Tarantino.
NOTA: 9
CICERO[N.C.S]
25/09/2015
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