O Homem Duplicado é um filme baseado no livro de mesmo nome do escritor português José Saramago, de 2002. Houve adaptações e modificações para levar o livro às telonas logicamente, mas a história gira basicamente em torno de um professor que descobre a existência de um outro cara que seria fisicamente idêntico a ele. Isso começa quando ele vê um filme e um dos atores é idêntico a ele mesmo. Alguns fatos acontecem e eles acabam trocando de lugar, até um desfecho que se não for surpreendente, ao menos vai deixar muita gente ressabiada, ou até sem entender.
Esta é uma obra marcada por sombras e assombros, almas negras mergulhadas no interior de um espaço permeado por várias metáforas escondidas que gradualmente se vão revelando. Nem sempre tudo faz sentido, sendo que o rumo que a narrativa leva a partir do momento em que Anthony e Adam se encontram pode gerar algumas divisões e apresta-se a interpretações várias. Serão a mesma pessoa? Quais os objetivos de ambos? Nem sempre o conflito psicológico entre ambos é devidamente explorado, tal como as relações com as respectivas caras metades. A cor é um elemento importante do filme. A tonalidade dominante é sépia da fotografia cria uma natural imagem apocalíptica e um sentimento paranóico de pressão da cidade.
Achei o filme um pouco arrastado, enquanto a história se desenrolava, e o roteiro também bastante confuso. Mas isso apenas em um primeiro momento. Conforme fui pensando na história e conheci o original de José Saramago, as peças foram se encaixando melhor. Não existe apenas uma forma de entender este filme mesmo lendo a obra original que o inspirou. a meia hora final do filme é a grande responsável pelos seus acertos, uma vez que ela concentra todo o fôlego que vinha sendo guardado durante o desenvolvimento da trama e nos mostra que, apesar de toda a mesmice do filme até então, o roteiro guarda uma surpresa pouco comum em comparação aos filmes do gênero.
E mesmo após compreender o filme eu fiquei tentado a revê-lo, mas não porque gostei, apenas para assistir o filme com outra perspectiva, como muitas pessoas fizeram com o filme 'O CLUBE da LUTA" após descobrir o grande final. Dessa forma, o mais-do-mesmo e a previsibilidade do roteiro acabam dando lugar ao imprevisto. (Não estou comparando esse filme com "O Clube da Luta").
O filme tem dois caminhos para quem acaba de assistir: Ou você AMA ou ODEIA. No meu caso foi a primeira. A maioria das pessoas que eu recomendei esse filme reclamaram bastante comigo. Mas como é feito de diversas metáforas esse filme, pode confundir a cabeça de muitos, assim como confundiu a minha no final. Um filme para mentes mais inquietas e querem buscar os questionamentos humanos.
Uma dica: Preste atenção na mãe de um dos sósias.
NOTA: 10
CICERO[N.C.S]
17/10/2015
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