quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O PODEROSO CHEFÃO: parte III (1991)


O Poderoso Chefão: Parte III" tinha uma difícil missão: 16 anos depois do grande sucesso de público e de crítica dos dois primeiros filmes sobre a família Corleone, manter o nível destes, ao mesmo tempo em que apresentasse novos personagens tão interessantes como os vistos anteriormente, e satisfazer a curiosidade dos fãs mais afoitos quanto ao destino daqueles personagens já tão conhecidos do público.

Na minha modesta opinião, Francis Ford Coppola foi bem sucedido em sua tarefa. Claro que esta terceira parte tem alguns deslizes e fica um pouco aquém dos anteriores, mas está longe de ser a catástrofe que alguns apregoam.

Se antes, nos dois filmes originais, o tema principal era sempre a família, aqui, apesar da família estar sempre presente, é a CULPA o sentimento que norteia o roteiro de Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Michael Corleone (Al Pacino), envelhecido e doente, não tem mais a antiga disposição para tocar os negócios da família (enfim legitimados), e tenta transformar o sobrinho Vincent (Andy Garcia), filho de Sonny, em um chefe inteligente e racional, tentando contornar o nervosismo e a impetuosidade que o rapaz herdou do pai, ao mesmo tempo em que faz negócios com o Vaticano e sente todo remorso de uma vida calcada no crime.

Por fim, é impossível falar de “O Poderoso Chefão 3” sem mencionar a espetacular seqüência final, passada na imponente casa de óperas da Sicília. A montagem paralela de vários acontecimentos simultâneos, durante o espetáculo, ecoa, para deleite dos fãs da trilogia, a primorosa seqüência do batismo que encerra “O Poderoso Chefão 1”. Há citações geniais de “O Homem que Sabia Demais”, de Hitchcock, e da famosa cena da escadaria de “O Encouraçado Potemkim”. O destino de Michael Corleone é não apenas melancólico, mas comovente e sobretudo coerente, pois de um ponto de vista metafórico ele finalmente sente qual o único resultado possível para quem leva a vida que ele levou. Dá para dizer, sem medo de errar, que Coppola fechou a trilogia com chave de ouro.

Veredicto: Pode não alcançar o status de perfeição como seu antecessores, mas "O Poderoso Chefão: Parte III" não é só um magnífico filme, é o fim da melhor trilogia já feita.


NOTA: 10


CICERO[N.C.S]

15/10/2015

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