SUPERMAN IV – Em Busca da Paz traz inúmeras qualidades que apenas com uma leitura mais atenta conseguem se tornar perceptíveis. E se tratando de um clássico como este, a leitura torna-se mais do que necessária. Porém, Superman IV nos conquista e faz pensar que, mesmo que muitas coisas pudessem ter sido trabalhadas de outra forma, este ainda é um filme estrelado por um dos heróis mais icônicos de todos os tempos.
Apesar de muitos dizerem que Superman 4 foi o pior dos quatro filmes com Christopher Reeve, com furos de roteiro, erros de continuidade e um vilão com unhas postiças, não há quem me convence que este filme ao menos não foi melhor que Superman III (1983). Sob nova direção, o quarto filme traz de volta Lex Luthor (Gene Hackman) e o clima de um verdadeiro longa-metragem – diferente da sensação de série do anterior.Com uma pegada mais ingênua, o filme aborda o desarmamento nuclear e o que um ser poderoso como o Superman deveria reagir sobre o assunto. É interessante a preocupação aqui em mostrar o herói salvando pessoas em países diferentes e deixando claro que ele conhece várias línguas, isso revela a posição global do Superman.
O filme tem muitas falhas eu concordo, se formos falar de coerência e furos. Os problemas começam quando toda a ONU aplaude uma manobra ditatorial do alienígena dizendo que irá confiscar todas as ogivas nucleares! Putz, nem o Irã para ficar irritado? Além disso, a ideia se resume a interceptar toda a ogiva que vai para fora do planeta e jogá-la no Sol (o que o pessoal estava testando ao jogar o míssil no espaço?) – os roteiristas parecem que esqueceram a distância entre a Terra e o Sol.O diretor Sidney J. Furie juntamente com seu editor mutilaram o filme tirando mais de 50 minutos da película, sendo que o resultado são cortes de cenas extremamente absurdos, algo como por exemplo o voo de Lois com Superman, ou a sequência da luta do Homem Nuclear contra o Superman. Mas fora o total mal gosto para com a edição destas sequências, a edição foi responsável por deixar a trama totalmente confusa quando o Superman enfrenta pela segunda vez o rival.
Em vista deste rombo enorme no roteiro. Este é um exemplo que o telespectador entenderia caso se na edição que foi aos cinemas fosse inserida a cena em que o vilão a conhece, cena esta que pode ser conferida nos extras do DVD lançado no BOX da coleção recentemente.
- Quem são os anciões que aparecem na Fortaleza da Solidão? Não há sequer uma explicação sobre eles.
- Como é que Lex Luthor conseguiu cortar o fio de cabelo do Superman, que deveria ser tão indestrutível como ele todo, sem nenhuma referência que seu alicate estivesse com lâminas de kryptonita?
- Como Superman sabia que o Homem Nuclear desejava raptar a personagem Lacy Warfield? Fico imaginando as pessoas nos cinemas olhando um para as outras se perguntando se tinham perdido algo importante.
- Neste filme o herói ganha poderes de telecinésia, coisa que não me lembro dele ser capaz de fazer (provavelmente trata-se daquele poder recorrente de “vai ser legal ver isso na tela”).
- E o melhor de todos os furos, a cereja no bolo, como é possível que a personagem Lacy Warfield (Mariel Hemingway) sobreviveu ao ficar no espaço quando levada pelo Nuclear Man?
O elenco principal tá todo aí. Christopher Reeve, Margot Kidder e Gene Hackman voltam a seus papeis, assim como os coadjuvantes Jackie Cooper e Marc McClure. Mariel Hemingway aparece para ser um novo par romântico para o Super. Outra curiosidade no elenco é Jon Cryer, (Alan Harper) hoje famoso pela série Dois homens e meio(Two And a Half Men), no papel do sobrinho abestalhado de Luthor.
Enfim, como a vida não trabalha com 'se' apenas nos resta aceitar a porcaria desta forma, mas definitivamente foi muito injusto como este filme foi concebido. Uma coisa deve ser dita, este não é um filme ruim de se assistir, e também não é o pior da quadrilogia. Seu roteiro lembra a HQ "Paz na Terra", do grandioso sucesso de Alex Ross.
NOTA: 6
CICERO[N.C.S]
10/10/2015
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