O livro flui como uma conversa em tom confessional com um amigo querido, num encontro onde é possível desfrutar de boa música, boa comida e boa companhia. Daqueles livros que dá vontade de grifar tudo o que está escrito, pois tudo o que ele diz transpira sabedoria. Assim, o autor vai sugerir que ao invés de tentar compreender a vida, deguste-a. E lança mão de um verso de Fernando Pessoa, que diz: “sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo."
Fazendo uma analogia deliciosa com o saber e o sabor que possuem o mesmo radical, ele mostra como a cultura ocidental negligencia o prazer em suas diversas formas, inclusive na área da educação e do conhecimento. É um livro de dar água na boca, liberto das regras do discurso acadêmico, um livro a sabedoria com prazer.
Com uma rica referência de cinema, música e literatura sendo sugerida durante o livro, Variações Sobre o Prazer é, novamente, uma crítica aos eruditos, ao nosso modelo de educação, ao que a maioria das pessoas entende por ciência, conhecimento e sabedoria. É o amor que Rubem Alves não cansa de declarar à vida, sobretudo, à natureza.
É preciso adiantar que o que se encontra neste livro não é um manual de abordagens para uma vida prazerosa, mas de como o ser humano deveria tirar mais vantagem disso. Não é o caminho que Alves tenta ensinar ao leitor, mas um olhar novo e distinto sobre algo cuja busca é considerada por muitos errada ou pecaminosa. No entanto, o Prazer em si é o que move o Mundo.
CICERO[N.C.S]
20/10/2015
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