terça-feira, 27 de outubro de 2015

Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (J. R. R. Tolkien)


Em 1937, nosso mestre J.R.R. Tolkien recebeu a encomenda de continuar a história após o sucesso do HOBBIT. Sem ter a mínima idéia de como continuar a história, demorando 12 anos para escrever e tendo um bloqueio criativo  de um ano por causa da parte do túmulo de Balin, recebemos uma trilogia (na verdade era um volume que precisou ser divido, afinal, é um pouco grande).

Algo que eu achei muito interessante foi a linguagem tanto as runas quanto a língua dos elfos juntamente com os diversos povos e costumes diferentes da Terra-Média, que possui muita verossimilhança não havendo dúvidas ou “furos” no mundo criado por Tolkien. O final reserva uma reviravolta de toda a trama, deixando assim brechas para as continuações.

No primeiro livro a Comitiva (A Sociiedade do Anel) já passa por diversos perigos e perdem Gandalf por conta de um Balrog. E no fim, Frodo e Sam abandonam a sociedade para irem juntos à Mordor e acaba. É óbvio que tem coisas que não acontecem no filme, e uma das coisas que eu mais achei engraçado são as vezes em que Legolas está com muito medo, e no filme, ele é muito valente e corajoso.

A abordagem do livro é rica. Ele traz assuntos pertinentes como amor, família, honra, bondade, lealdade e abnegação. E são elementos em que a maioria dos personagens consegue percorrer nas suas mais diversas nuances. O maniqueísmo é algo presente, principalmente naqueles que tiveram contato com o anel. Aqueles monólogos internos de “ser ou não ser”. Fantástico.

Pode parecer um tanto estranho, mas acho que gosto tanto de O Senhor dos Anéis porque o próprio mundo parece ser o personagem principal da história. É como se os personagens dos livros fossem apenas manifestações desse personagem maior. Sabe aqueles desenhos animados em que os personagens ficam com um anjinho e um diabinho em cada ombro e ambos tentam convencer o personagem a fazer as coisas certas/erradas? É nessa linha de pensamento. Nunca me incomodei com o maniqueísmo de O Senhor dos Anéis porque para mim ele nunca foi apenas uma questão de mal vesus bem, mas sim uma espécie de "metáfora" para a disputa interna que cada um enfrenta diariamente. Podemos ver uma amostra dessa disputa em Boromir, uma pessoa boa que acaba tomando uma decisão errada, Gollum, uma criatura gananciosa e egoísta que ainda assim mostra alguns sinais de simpatia/bondade, e até mesmo em Frodo, que, como Boromir, é uma pessoa boa e determinada a fazer o bem, mas que acaba sendo também corrompida pelo Um Anel. 

E é aí que começamos a conhecer cada um da comitiva e temos amostras dos perigos que todos correrão para executar a missão da qual são encarregados. E vemos também uma das grandes semelhanças com o livro antecessor, (O HOBBIT) Tolkien faz com que você nem perceba as milhares de milhas que eles percorrem durante o livro pois cada situação, por mais simples que seja, se torna bela sob as palavras que o autor usa, o que não deixa o livro nem um pouco cansativo, mesmo sendo a viagem deles aparentemente chata durante as partes em que não há nada a não ser caminhada e acampamentos.

A Terra-Média é um mundo inventado que parece muito real a cada descrição feita por Tolkien de seus detalhes e geografia. Plantas, rios, árvores e aves estão descritas com grande realismo, e estradas que conduzem o leitor a regiões inexploradas, que fazem você sentir a vastidão e a angústia da solidão que os personagens sentem nesses cenários estranhos e lendários.
É um livro de linguagem fácil e dinâmica. Os personagens são maravilhosos, mesmo com toda carga de energia negativa por conta da jornada, existem alguns momentos que você consegue rir, mas existem aqueles que te fazer ter uma taquicardia avassaladora.


CICERO[N.C.S]
27/10/2015

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