terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (J. R. R. Tolkien)


Terminar uma saga épica é um desafio, uma vez que depois de dois livros que impressionaram fica difícil criar um desfecho que convença em magnitude de eventos e perfeição na descrição dos fatos, sem esquecer que os personagens merecem uma atenção cuidadosa porque cada um tem de possuir um término à altura de seus feitos durante a saga.

O Retorno do Rei fecha grandiosamente a já gloriosa trilogia O Senhor dos Aneis. Nesse volume que arranca lágrimas dos mais durões ao mesmo tempo que apresenta cenas de ação muito bem desenvolvidas com as já clássicas descrições detalhistas, o leitor encontra a origem de muitas histórias mais recentes que usam como tema o rei perdido e o heroi inusitado de origem humilde.

Dividido em duas partes como os livros anteriores, O Retorno do Rei se alterna basicamente entre os acontecimentos em Minas Tirith com a guerra e a jornada de Frodo e Sam através de Mordor. O livro V, que Tolkien queria ter chamado “A Guerra do Anel”, tem mais foco em Aragorn e seus dilemas pessoais para cumprir ou não seu papel como rei de Gondor. A questão da destruição do anel vai pro livro VI (e que ansiedade pra chegar nessa parte enquanto lemos!) com o título que Tolkien queria que fosse “O Fim da Terceira Era”. Na edição Millenium da trilogia, os títulos que Tolkien queria foram inseridos.

Primeiro ponto, é a amizade, e diria até que é a central da narrativa, mostrando que por alguém que amamos, podemos fazer coisas jamais pensadas, nem no fundo mais intimo de nossas mentes. Exemplo disso é o elo entre Frodo e Sam.
Segundo ponto, e o último; pois todos devem ler e tirar suas próprias conclusões e opiniões sobre a história, é como precisamos deixar as pessoas que amamos partir, sem interferir em seus futuros e no que é o melhor para elas, por mais que doa. Isso ocorre quando os membros da Sociedade do Anel seguem caminhos distintos.

Apesar de o livro ser contado sob o ponto de vista dos hobbits, o grande nome dele é Aragorn. Desde o primeiro volume já sabíamos que O Retorno do Rei seria sobre a ascensão do numenoriano ao trono de Gondor. Mas como ele faz para atingir tal posto e convencer a população a segui-lo é feito de uma forma impressionante. É nesse livro que enfim vemos o poder que estava escondido naquele guardião do Condado e no guerreiro e rei que ele se torna nos últimos capítulos.

O Retorno do Rei é extremamente denso, assim como os outros livros da série, mas por saber que este era o fim da estória, eu tive um gás maior para ler as páginas que faltavam. Mais uma vez fiquei impressionado com a capacidade de Tolkien ter criado um mundo novo, desde personagens de diferentes raças, as diferentes culturas que eles possuem, as descrições dos diversos lugares que aparecem na narrativa e a trama em si. Um destaque de toda a narrativa foi a descrição da guerra pela qual Aragorn, Legolas, Gimli, Gandalf, Pippin e Merry enfrentaram. O autor já tinha mostrado essa habilidade nos acontecimentos do livro As Duas Torres, mas nesse último fiquei ainda mais surpreso com isso. 

Outro destaque especial, agora em relação aos personagens, foi o Sam. A melhor participação dele na série é no terceiro livro, toda a fidelidade dele com o Frodo é comovente e mesmo quando ele está fraco, cansado, enfim, em um estado lastimável, ele relembra do Condado, das belezas do lugar em que ele viveu e que sente tantas saudades. Por causa disso passei a dar mais valor a ele.

Adorei toda esta saga, encheu-me completamente as medidas e penso que irei reler, daqui a uns tempos, porque acho impossível reter todos os significados, todos os detalhes numa só leitura.Tirei varias lições desses livros e acho que a maior de todas e viver na simplicidade, o que não significa viver na pobreza. É uma trilogia emocionante, intensa, com uma prosa magnífica, cheia de lugares que nos parecem tão reais, e cheio de personagens que ficam na nossa memória e que, tenha a certeza, me acompanharão sempre, daqui para frente.
CICERO[N.C.S]
27/10/2015

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