domingo, 11 de outubro de 2015

SOMOS TÃO JOVENS (2013)


Nem foi tempo perdido...


Somos tão jovens não esconde que é um filme para fãs de Renato Russo. Não traz nenhuma novidade, conta algumas histórias conhecidas e deixa de fora outras tantas. No fundo, é um filme bem convencional ao falar de um músico que pregava a transgressão, dizendo: “Somos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião”. Porém o clima do filme é ótimo não me deixando dúvidas de que ele vai agradar a maioria dos fãs, assim como eu. Vários hits da banda são tocados e em alguns casos até são explicadas as suas origens.

O Thiago Mendonça em todos os sentidos está muito bem no papel. De forma quase assustadora, lembra demais Renato Russo. Em certo momento do filme em que o ator está barbado, a semelhança é ainda mais impressionante. E não é apenas física. Os maneirismos, o jeito de andar, de mexer nos óculos, de falar.  Está tudo lá. Ele até fez até aula de violão e fez um laboratório sobre Renato Russo, pedindo até mesmo auxilio da família do líder legionário. 

O maior defeito do filme não é o que ele é, e sim o que ele poderia ser. Quem conhece ao menos um pouco da história da Legião Urbana e suas músicas; o filme com certeza vai agradar. Já estaremos envolvidos mesmo antes de assistirmos.  Mas imaginem alguém que não faz a menor ideia de quem é o Renato Russo, Marcelo Bonfá ou Capital Inicial? Vocês acham que essa pessoa iria se divertir tanto, se envolver com a história?

Vale destacar a reconstrução da época, detalhada e bastante cuidadosa. Não só nos figurinos, penteados e cenários. Mas também os carros (placas inclusive), eletrodomésticos, bebidas, cigarros, até logomarcas de empresas que existem até hoje mas que tinham um layout diferente do atual. Pode parecer pouco importante, mas o cuidado com esses pequenos detalhes garante que o espectador não se veja saindo do universo do filme ao perceber algo “mais moderno” que a época retratada.

O filme anda, anda e não sai do lugar; caminha pelo drama, mas não se aprofunda; chega ao romance, mas não ao amor; e, finalmente, chega na música e nas guitarras, mas sem a rebeldia cuja obra necessitava. A sensação é a de que poderia ser bem melhor e mais grandioso. Apesar das limitações de orçamento, a obra parece inacabada e não é digna da história dessa banda, muito menos a do vocalista e compositor

A impressão que soa é de que não sabemos o que realmente aconteceu do que foi visto em tela. O filme foca as mudanças pelas qual Renato passou em sua ascensão até se tornar aquela figura conhecida por todos. Excitado pelo rock, em crise de identidade, ele pula de galho em galho para saber em qual quer ficar.

Por mais que o filme não explore de maneira aprofundada a personalidade de Renato Russo. Cada expectador terá uma experiência única de acordo com seu grau de envolvimento de maior ou menor proximidade com o poeta do rock de brasília. Mesmo não atingindo algo que poderia de sido melhor trabalhado em seu roteiro, não há duvidas que a alma de Renato estava presente neste filme. Destaque para a cena que ele canta "Ainda é Cedo" para sua pseudo-namorada. O ponto mais alto do filme.

NOTA: 7

PONTO POSITIVO:
- Reconstituição de época
- Músicas da Legião Urbana
- Interpretação de Thiago Mendonça como Renato Russo

PONTO NEGATIVO:
- História superficial
- Roteiro sem fluides

- Falta de identidade no filme



CICERO[N.C.S]
11/10/2015

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