terça-feira, 20 de outubro de 2015

O Retrato de Dorian Grey (Oscar Wilde)


O retrato fica esplêndido, e Dorian, ao vê-lo, diz: 
"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!".

O Retrato de Dorian Gray, este romance de Oscar Wilde, é considerado por muitos críticos como uma obra-prima da literatura inglesa e clássico da literatura Ocidental. É um romance fascinante sobre a juventude eterna e confronta o leitor com uma perfeição utópica e a mortalidade inevitável, com um tom sempre que possível, provocador. Questiona a beleza, manipulações humanas, valores morais e éticos e, pelos diálogos contidos, percebe-se também questionamentos acerca da vida e de nossa atuação nela. Wilde propõe uma ética de beleza e o livro mostra como a absolutização da beleza acaba sendo antiética, algo paradoxal na obra.

Quanto uma história lhe encanta, mas o personagem lhe repele. O melhor personagem sem dúvidas é Lorde Henry, que mesmo cético, sínico e tendo algumas ideias distorcidas a respeito da vida, suas divagações são as mais interessantes de acompanhar. Os argumentos usados por Henry são tão cativantes que seduzem o leitor de tal forma que não nos permitimos interromper a leitura mediante as tão valiosas interpretações de alma.

Dorian Gray é extremamente chato, mimado e dramático. Exagera na percepção das emoções e a partir do momento que descobre o segredo de seu retrato passa a ser paranóico e adquire um comportamento obscuro e misterioso. Não houve um momento em que eu tenha sentido simpatia por ele, senão no desfecho da história que achei espetacular. 

CICERO[N.C.S]
20/10/2015

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