quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O Poderoso Chefão (Mario Puzo)


Já fazia um bom tempo que eu queria ler esse livro, pois sou fã incondicional dos filmes. Mesmo devido ao tempo e as centenas de livros que ainda estavam na lista, fui deixando ele na minha instante esperando esse dia. Sem mais firulas, vamos ao que interessa: The Godfather (O Padrinho, em tradução literal) foi escrito por Puzo em 1969 após um adiantamento de 5 mil dólares com o intuito que escrevesse um livro sobre a Máfia, utilizando como fonte as notícias que ouviu no seu período de jornalista. 

A estória trata da família de um mafioso siciliano que imigrou para os Estados Unidos para fugir do governo italiano. Uma das partes que mais gostei foram os flashbacks que contam como Don Vito Corleone (Vito Andolini que é seu nome real) chegou a ser o chefe da maior e mais importante Família dos EUA. Porque ele começou a ser tão respeitado em um país que nem é o seu de origem?

A reconstrução da Cosa Nostra, a máfia americana, e do mundo alucinante criado por cinco famílias de Mafiosi em Guerra em Nova Iorque. A mais influente é chefiada por Don Corleone… Ele é o padrinho benevolente que nada recusa aos seus ‘afilhados’… Ele pode, num súbito banho de sangue, conseguir qualquer coisa ou arranjar qualquer situação. É recusado a um dos seus protegidos o papel que ele pretendia representar em um filme. Na manhã seguinte, o chefe do studio acorda e vê horrorizado sobre a cama a cabeça do seu mais lindo e valioso cavalo de corrida; apenas a cabeça…”

É muito difícil julgar um livro tão magnificamente clássico como esse. Mas afirmo, sem sombra de dúvida, que é uma verdadeira obra prima de Puzo. Apesar dos personagens serem foras da lei, assassinos que controlam até mesmo o governo através de suborno e troca de favores, você acaba torcendo cegamente por eles. Puzo conseguiu criar mafiosos tão carismáticos que o que você mais quer é que os capangas dos Corleone acabem enfiando uma bala na cabeça do inimigo. Esse é o melhor resumo do Poderoso Chefão.

A linguagem do livro é bem acessível para o tempo que foi escrito, o que explica em parte muito do sucesso que fez, embora o tema também justifique. Sua estrutura remonta hoje o que encontramos em “As Crônicas de Fogo e Gelo” de George R. R. Martin (que inspiraram a série Game of Thrones): uma pausa em alguns capítulos para desenvolver certo personagem e lá adiante retomar o caminho que parou, ou ligar tal personagem ao percurso traçado.

 O livro também é dividido em dezenove partes e trinta e seis capítulos, mas engana-se quem procura os três filmes na obra; a história de Vito Corleone (contada na segunda parte) e todo a primeira fazem-se presentes. Pode-se dizer que a obra literária conta a historia do primeiro filme utilizando a estrutura do segundo (com as idas e vindas para a história de Dom Corleone). Há uma essência do livro até na polêmica terceira parte, já que Puzo participou da adaptação também deste. O resultado dessa parceria de Puzo com Coppola rendeu-lhe dois Oscar por Roteiro Adaptado (para as Partes I e II).


CICERO[N.C.S]

15/10/2015

0 comentários: