quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A.I: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - 2001


Dizer que Inteligência Artificial é sobre um garoto-robô que deseja ser um menino de verdade é pouco. Muitíssimo pouco. O filme é um caldeirão de referências que mistura de Bela Adormecida a Blade Runner. E que não teme passar do drama à ficção, ao romance à aventura e de volta à ficção com impressionante desenvoltura.

O conto de Pinóquio, do italiano Carlo Collodi, chega a ser um fio condutor para o roteiro. De uma maneira crua, David deseja ser exatamente o que seu “irmão” é: um ser humano. Ele acredita que isso fará com que sua mãe o ame e parte em uma jornada atrás de sua própria fada azul. Durante sua busca, ele acaba for fazer uma viagem ao ser humano. Acompanhamos a partir de então, uma análise de nós mesmos, um retrato da humanidade.

Nessa crise vive uma família que tem seu filho com uma doença quase incurável e em estado de coma, que vai ver em sua realidade o convívio com um desses robôs com sentimento. Em primeiro momento a novidade assusta, gera insegurança, mas começa a exercer exatamente sua função, quando de repente, recebem a notícia de que seu filho seria curado, se encontrando na primeira grande duvida com relação ao destino do robô. Quando volta, Martim começa a disputar o espaço perdido com o robô, criando uma crise familiar, levando a Mão a escolher por devolver o seu MecaFilho. Preocupada com o possível fim que levaria, ela trata de leva-lo para uma floresta onde poderia viver sem ser "descartado", o garoto robô começa então a sua busca por sua mãe, lembrando da história do Pinóquio, decide procurar então a fada azul para que lhe transforme em um menino de verdade.


É bom destacar que “A.I.” tem perfil de filme-marco. Em outras palavras, é uma dessas obras que, goste-se dela ou não, continuará a servir de parâmetro, de referencial futuro. Até porque é o primeiro trabalho cinematográfico a discutir explicitamente um dilema científico-filosófico importantíssimo, crucial mesmo, que tende a ganhar espaço e interesse muito maiores nos próximos anos: a existência de robôs, seres artificiais capazes de conviver e interagir com humanos no cotidiano. O filme dialoga com as implicações éticas, filosóficas e científicas dessa co-existência.


Para boa parte das pessoas, quando se fala sobre A.I Inteligência Artificial (A.I Artificial Intelligence), o primeiro nome ao qual se relaciona tal obra é ao de Steven Spielberg.  Os mais desavisados talvez questionem por que justamente esse filme encerra o especial Kubrick do Cinemascope. Eu explico: Spielberg de fato conduziu as gravações do longa, porém, a mente por trás da obra é Kubrick. Foi ele quem produziu Inteligência Artificial e, baseando-se no conto Super-Toys Last All Summer Long, do inglês Brian Aldiss, criou todo o conceito – tanto visual quanto narrativo e por muito pouco não o dirigiu.


Empresas começam a apostar em robôs para substituir os possíveis filhos, pois era extremamente difícil conseguir licença para ter por método natural. Criando uma discussão em torno do mais polêmico assunto em torno dos robôs: SENTIMENTOS.

Seria viável, e seguro a criação de robôs com sentimento? E caso as pessoas não quisessem mais, ou apresentasse algum problema? E se ficasse obsoleto?

A discussão sobre a tecnologia, a ética da robótica, os problemas de adaptação, a crise existencial de um menino andróide que se identifica com a história de Pinóquio, a crise do casal que o adotou, tudo isso é apenas o começo do filme. A pontinha de um iceberg cinematográfico que revelará cada vez mais surpresas.


NOTA: 9 porque no final do filme tem muitas conveniências.


CICERO[N.C.S]
1º/10/2015

0 comentários: