"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo"...
Com esse verso marcante que começo a resenha do livro de poesias "Sentimento do mundo" do poeta da poesia universal, Carlos Drummond de Andrade.
Notei nitidamente um sentimento de medo nos versos, mas do outro lado uma esperança enorme. Medo e esperança andam juntos. E parando para pensar, esses dois sentimentos precisam um do outro para se tornarem fortes, ambos coligados.
Drummond renova e busca novos caminhos para temas como o amor, a morte e o tempo. Os poemas do livro não possuem rima e seus versos têm as mais diversificadas métricas, inclusive prosa.
Foi publicado por Drummond em 1940. Livro de poemas escritos na segunda metade da década de 1930, Neste livro o poeta desenvolve uma obra crítica em relação à (des)humanidade dos próprios seres humanos perante à uma guerra mundial iminente e à indiferença do mundo ao sofrimento das vítimas de regimes totalitários europeus. Além disso, estão presentes na obra alguns poemas de natureza intimista que recordam a infância do poeta em Itabira.
Até por esse detalhe de época pode ser que algumas pessoas ao lê-lo, podem achar distante alguns poemas por não entender o contexto.
Sentimento do mundo", ele revela seu desejo e intenção de ajudar, porém ao mesmo tempo, sua incapacidade de fazê-lo, por ser uma única pessoa ("Tenho apenas duas mãos/e o sentimento do mundo"). Por fim, revela que a única maneira de recuperar este mundo de pessoas perdidas em seus próprios universos egoístas e capitalistas é a união, o que revela no poema "Mãos dadas".
CICERO[N.C.S]
1º/10/2015
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